PATRÃO DO CÉUS
Todos nós já tivemos um dia ruim com o chefe. Se hoje você não é empregado, mas sim empregador, tenho certeza que já vivenciou uma situação angustiante como funcionário, antes de chegar à atual posição de conforto (ou deveria dizer: de trabalho, estresse e horas extras sem remuneração?). De qualquer forma, não é difícil entendermos porque existem tantos problemas entre “patrões e operários”, afinal de contas, seja qual for o tipo de empresa, garantir o sucesso, não apenas financeiro, mas também de seu pessoal, não é tarefa fácil.
Em meus primeiros meses de trabalho na Nova Zelândia, aprendi algo muito interessante e completamente oposto a minha cultura. No Brasil, se cometo algum erro em meu trabalho a ponto de complicar a vida do meu chefe – e deixá-lo extremamente irritado – o que seria mais óbvio este fazer? Provavelmente viria até minha mesa e diria, “Queila, fique trabalhando hoje até resolver toda essa situação, não importa quanto tempo leve. Quero o relatório completo e perfeito amanhã de manhã, em minha mesa”. Justo o bastante? (Quem sabe, se eles pagarem as horas extras, sim!). Independente disso, é o que normalmente acontece.
Mas como eu costumo repetir, “bem vindo à Nova Zelândia” – onde tudo pode acontecer! Diferente do Brasil, aqui a maioria dos funcionários recebe por hora trabalhada. Quatro horas de trabalho por dia, pouca renda. Dez horas trabalhadas e um sono tranqüilo (especialmente pelo cansaço). Em função disso, quanto melhor seu desempenho, mais tempo de trabalho lhe é requisitado e, conseqüentemente, mais dinheiro no bolso. Por outro lado, se você cometer um erro parecido com aquele cometido no Brasil, seu chefe não lhe pede pra ficar a noite toda, ao contrário, lhe manda embora o mais rápido possível. Por quê? Porque se ele lhe mantiver trabalhando, você estará recebendo por isso e não sendo “penalizado”.
Completamente diferente o modo de lidar, não?
Bem, eu conheço alguém que me trata diferente, nem à moda neo-zeolandês, nem à moda brasileira.
Quando erro, não me deixa de castigo, pagando meu pecado.
Também não me manda embora, tentando livrar-se de meu mau comportamento.
Com Ele, aprendi:
“Mas Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós” (Rm 5:
Diferente de nossos chefes, Deus não pede para pagarmos pelo erro. Ele nos pede para colocarmos nossa fé e confiança em seu filho, Jesus, em quem recebemos o perdão. O patrão dos altos céus tomou a situação para si e com horas extras de sofrimento e dor, limpou cada um de nossos erros, para que nós pudéssemos sair tranquilamente para casa, após o expediente.
Com esse Deus, também aprendi:
“Levantou-se, pois, e foi para seu pai. Estando ele ainda longe, seu pai o viu, encheu-se de compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.” (Lc 15:20).
Meu Deus não me manda embora mais cedo. Do contrário, ele corre ao meu encontro e me faz entender que ama minha presença, ainda quando o pecado é visível. Não é como um gerente, cansado de meus erros e desculpas. A cada queda, o Senhor vê uma oportunidade de mostrar seu amor por nossas vidas e de provar que seu amor restaura. Ele não nos descarta de seu quadro de “funcionários do Evangelho” porque o dia não foi tão bom quanto o esperado. Do contrário, nos chama, nos ensina e nos faz capazes pelo poder do seu Espírito.
Fico feliz ao pensar que muito acima de qualquer gerente, supervisor ou patrão, Deus é quem sustenta a minha vida e define meu “time sheet” de aprendizado para cada dia. Talvez nossos chefes não venham a nos tratar como nosso Pai, mas ficaria satisfeita em saber que, assim como eu, recebem esse amor pronto a perdoar e acolher a cada dia. Afinal de contas, aceitar esse amor nos garante muito mais do que reais e dólares neo-zeolandês. Nos garante uma recompensa eterna, nos céus.
Artigo: http://queiladarosa.wordpress.com
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